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Autor:
Zan Collor
Publicado em
16 de dezembro de 2022
“Bioplásticos são resinas biodegradáveis, cujos componentes são derivados de matérias-primas de fontes renováveis, que pode ser de um resíduo agropecuário, como a cana-de-açúcar, a soja, o milho, o amido de arroz, entre outros produtos vegetais e animais que estão disponíveis em grande quantidade na natureza. Além de ser um plástico biodegradável, não utiliza o petróleo como matéria-prima, o que torna o seu processo produtivo menos agressivo ao meio ambiente”, explica André Luiz Jardini Munhoz, pesquisador do Biofabris (Instituto Nacional de Biofabricação /Unicamp).
Outro ponto positivo desse tipo de material diz respeito à sua ampla versatilidade de aplicação, que ajuda a manter a eficiência produtiva industrial, mas sem agredir a natureza no processo. “O bioplástico se destina a suprir os principais mercados que exigem produtos com desempenho e qualidade superior – como a indústria automobilística, de embalagens alimentícias, de cosméticos e de artigos de higiene pessoal”, destaca o pesquisador.
O bioplástico pode ser obtido de matérias-primas variadas, o que abre espaço para a produção de diferentes tipos do produto. Confira:
• Polímeros de amido
Obtido a partir da mandioca, batata ou do milho, com bastante aplicação na indústria de sacos de lixo e sacolas.
• Polilactatos
Originário da polimerização do ácido láctico, cuja aplicação tem sido aproveitada por produtores de embalagens plásticas, principalmente.
• Polihidroxialcanoato
Bioplástico que tem sido idealizado pela medicina para próteses e até mesmo para fios de suturas. Possui uma curiosa origem, pois vem de bactérias biocompatíveis (que não desencadeiam rejeição no corpo humano).
Entre os grandes benefícios que a indústria passa a ter ao investir na produção dos bioplásticos, podemos destacar:
• Economia em energia, uma vez que a produção de bioplásticos demanda, em média, 65% a menos de energia do que a produção de plásticos originados do petróleo;
• Bioplásticos geram menos gases de efeito estufa na atmosfera – algo em torno de 68% -, em comparação com o plástico de combustíveis fósseis;
• Com a produção de bioplásticos, o alto consumo de barris de petróleo da indústria plástica tende a ser reduzido, assim como os custos. Além disso, o setor ganha mais autonomia e variedade de produtos;
• O descarte dos bioplásticos gera menos impacto ao meio ambiente;
• A produção desse tipo de material possui uma boa relação custo/benefício;
• O bioplástico também é reciclável, o que ajuda a tornar a indústria mais sustentável e independente.
Além disso, “com a comercialização em larga escala do bioplástico, ocorrerá uma substituição em nichos de mercado que valorizam o conceito de um produto de fonte renovável”, acredita Jardini, que também vê vantagens em relação à aceitação do consumidor.
“Uma pesquisa revelou que clientes estariam dispostos a pagar entre 15 e 20% a mais por embalagens que tenham uma espécie de certificação verde. A vantagem, nesse caso, é que o custo de produção da resina fabricada de etanol de cana-de-açúcar, por exemplo, é praticamente o mesmo do plástico originado do petróleo”, analisa.
Fonte: https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br/